terça-feira, 30 de outubro de 2007

História do Pós-Modernismo!!!

A idéia de "pós-modernismo" apareceu pela primeira vez na década de 30, uma geração antes do aparecimento na Inglaterra ou nos EUA.
Costuma-se chamar de pós-modernismo o período que começa entre o fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e o início dos anos 50, quando se iniciou a crise do capitalismo e do socialismo. Enquanto o modernismo se opõe ao passado e à estética tradicional, o pós-modernismo mistura o antigo com o novo. É eclético, pluralista e mistura tendências estéticas opostas.
As criações artísticas e literárias pós-modernas costumam estar em relação com as inovações tecnológicas, sobretudo com a informática. Estão sintonizadas com a cultura de massa e o consumo maciço de informação e lazer. Os pós-modernistas não têm intenção de chocar com uma arte sempre vanguardista, mas de integrar a manifestação artística à vida cotidiana e estimular a interação como público.

Guimarães Rosa "Estilo e Principais Obras!"

Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções lingüísticas e neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa. Prova como é importante ter a linguagem ao serviço da temática, e vice-versa, uma potencializando a outra.

1936: Magma
1946: Sagarana
1947: Com o Vaqueiro Mariano
1956: Corpo de Baile
1956: Grande Sertão: Veredas
1962: Primeiras Estórias
1964: Campo Geral
1965: Noites do Sertão
1967: Tutaméia – Terceiras Estórias
1969: Estas Estórias (póstumo)
1970: Ave, Palavra (póstumo)

Guimarães Rosa



Foi um médico, escritor e diplomata brasileiro.
Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Penna, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra. No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganho,no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel.
No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Adiou a cerimônia de posse enquanto pode, e afirmou ter medo de morrer no dia do evento. Também afirmou escrever em transe mediúnico. Só veio a tomar posse em 1967, e faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional".

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Biografia de Clarice Lispector


Clarice nasceu em Tchelchenik, na Ucrânia, em 1920. Chegou ao Brasil com os pais e as duas irmãs aos dois meses de idade, instalando-se em Recife. Na infância passou por sérias dificuldades financeiras. A mãe morreu quando ela tinha 9 anos de idade. A família então se transferiu para o Rio de Janeiro, onde Clarice começou a trabalhar como professora particular de português. A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra - desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ela estudou Direito, por contingência. Em seguida, começou a trabalhar na Agência Nacional, como redatora. No jornalismo, conheceu e se aproximou de escritores e jornalistas como Antônio Callado, Hélio Pelegrino, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Alberto Dines e Rubem Braga. Os passos seguintes são: o jornal A Noite e o início do livro Perto do Coração Selvagem - segundo ela, um processo cercado pela angústia. O romance a perseguia. As idéias surgiam a qualquer hora, em qualquer lugar. Nasceu aí uma das características do seu método de escrita - anotar as idéias a qualquer hora, em qualquer pedaço de papel.

Clarice Lispector


A maneira de escrever de Clarice Lispector é bastante coerente com o seu modo de ser e com o estilo de época em que se enquadra. A forma de expressão utilizada por ela - original e desestereotipada - revela bem o conteúdo temático apresentado.
O seu estilo - que lembra Machado de Assis - é arrastado, anda devagar, porque a sua preocupação é desvendar a verdade subjacente em cada um.
Essa tendência para a introspecção gera, em Clarice Lispector, certo cerebralismo manifestado através da linguagem paradoxal, mais em nível do pensamento e da idéia. É uma literatura de reflexão, que exige do leitor muito esforço para entender e desvendar o mistério que envolve aquilo que a autora quer transmitir.
Outro aspecto que marca bem o estilo de Clarice Lispector é a sua tendência para os seres frágeis e irracionais - próximos do "coração selvagem". O que a autora pretende é exatamente desvendar o mistério que se esconde sob essa casca de simplicidade.
Mascaradas pela rotina do dia-a-dia, suas personagens sempre têm, como observou o poeta Affonso Romano, um momento de "epifania", "quando acontece um evento ou incidente que ilumina a vida da personagem".
Pela tendência, a obra de Clarice Lispector é povoada de "bichos": cavalo, galinha, barata, aranha, búfalo, gato, cão, etc. Essa presença revela bem a sua busca do "coração selvagem", irracional, que configura um mundo de harmonia, sem a complicação do mundo dos homens.